16- Pseudartrose umero= tratamento com a fixação externa de ILIzarov

16- Pseudartrose umero= tratamento com a fixação externa de ILIzarov

WAGNER NOGUEIRA DA SILVA1, MAURIZIO ANGELO CATAGNI2, ANDRÉ GUSTAVO DE OLIVEIRA3, GUILHERME SENNA SILVA4, LUIGI LOVISETTI5

1-Coordenador do Grupo de Reconstrução e Alongamento Ósseo do Serviço de Ortopedia Prof. Matta Machado – Hospital da Baleia – FBG – Belo Horizonte, Minas Gerais- Brasil.

2- Coordenador do grupo de Reconstrução e Alongamento Ósseo do Serviço de Ortopedia do Ospedale Generale di Lecco- Itália

3- Residente do quarto ano do Serviço de Ortopedia do Hospital da Baleia – FBG – Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

4- Residente do quarto ano do Serviço de Ortopedia do Hospital da Baleia – FBG – Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

5- Ortopedista assistente do Ospedale Generale di Lecco, Itália.

RESUMO

Objetivo: apresentar os resultados de 158 pacientes tratados de pseudartroses umerais com o fixador externo de Ilizarov, os seus princípios biomecânicos, a montagem básica e as condições seguras para a remoção do aparelho.

Métodos: Revisamos 158 pacientes, de um total de 160 tratados, sendo 70 pacientes tratados no Brasil e 88 pacientes tratados na Itália. Dois pacientes não foram encontrados. O tempo de acompanhamento após a retirada do fixador variou de um a 11 anos.

Resultados: Dos 158 pacientes revisados, constatamos 96,8% de consolidação, cura de infecção, sem deformidades e encurtamentos. Conclusão: o método Ilizarov é boa opção de tratamento das pseudartroses graves dos úmeros.

UNITERMOS – Pseudartrose, úmero, fixador externo, Ilizarov

_______________________________________________________________

TRABALHO MULTICENTRICO REALIZADO NO HOSPITAL DA BALEIA – FBG, BELO HORIZONTE- MINAS GERAIS, BRASIL E OSPEDALE GENERALE DI LECCO- LOMBARDIA, ITALIA

1-Coordenador do Grupo de Reconstrução e Alongamento Ósseo do Serviço de Ortopedia Prof. Matta Machado – Hospital da Baleia – FBG – Belo Horizonte, Minas Gerais- Brasil.

2- Coordenador do grupo de Reconstrução e Alongamento Ósseo do Serviço de Ortopedia do Ospedale Generale di Lecco- Itália

3- Residente do quarto ano do Serviço de Ortopedia do Hospital da Baleia – FBG – Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

4- Residente do quarto ano do Serviço de Ortopedia do Hospital da Baleia – FBG – Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

5- Ortopedista assistente do Ospedale Generale di Lecco, Itália

Endereço para contato: Dr. Wagner Nogueira da Silva

Rua Orange,63/601 – São Pedro –

CEP=30330-020 – Belo Horizonte – MG, Brasil.

E-mail: wagnernogueiradasilva@yahoo.com.br

ABSTRACT – Humeral nonunion: treatment with Ilizarov’s technique.

 Objective: presents the result of 158 patients with humeral nonunion after treatment with Ilizarov’s external fixator, showing biomechanical principles, basic burviilding, and the safe conditions for  frame remotion.

Methods: we revew 158 patients , from 160 treateds, being 70 patients  in Brazil and 88 patients  in Italy, from 1982 to 2004. Miss two patients. Follow up  from one year to 11 years after frame remotion.

 Results: 96,8%  bone consolidation, no infection deformity or shorthening , with good results.

 Conclusion: the Ilizarov method is a good option for  treatment of complex humeral nonunion .

KEY WORDS – Nonunion, humerus, Ilizarov , external fixation.

INTRODUÇÃO

A maior parte das fraturas diafisárias do úmero consolida-se com boa função e mínima deformidade quando aplicado o tratamento conservador. Órteses funcionais geralmente levam a resolução das fraturas diafisárias com limites aceitáveis de deformidades ósseas permitindo a mobilidade das articulações adjacentes durante o tratamento (1).

Tratamento cirúrgico em fraturas do úmero tem como indicações clássicas as fraturas expostas, fraturas com lesão vascular e ou lesão nervosa, fraturas segmentares, fraturas bilaterais, fraturas patológicas, fraturas articulares e nos pacientes politraumatizados (2).

Entretanto, 5% das fraturas do úmero não consolidam após  seis meses de tratamento e evoluem para retardo de consolidação ou pseudartrose.

O método de escolha clássico para o tratamento de pseudartrose asséptica sem perda óssea do úmero utiliza placa e parafusosOutras técnicas alternativas, citadas na literatura, são as conservadoras com gesso ou órteses funcionais, as vezes associados à estimulação elétrica e as cirurgia com hastes intramedulares (3), porém com resultados inferiores em relação às placas e parafusos.

O uso de enxertos ou cimento ósseo está reservado para as pseudoartroses com perda óssea e atróficas(4).

Ilizarov, em Kurgan, Rússia, iniciou o uso de fixação externa em 1951, desenvolvendo seu método para o tratamento de muitas lesões ortopédicas e traumatológicas com grande êxito. Aplicou os princípios da osteogênese por distração a partir da estabilidade e promoção de neovascularização, com consolidação de pseudoartroses (5) o que também foi demonstrado por outros autores(6,7).

MATERIAIS E MÉTODOS

Revisamos 158 pacientes de um total de 160 pacientes tratados, sendo 70 tratados no Brasil e 88 pacientes na Itália, entre 1982 e 2004. Dois pacientes não foram encontrados. O tempo de acompanhamento após a retirada do fixador variou de um a 11 anos.

Dentre os pacientes brasileiros, a etiologia das fraturas do úmero foi: patológica em dois pacientes, sendo uma em região óssea irradiada para tratamento de mieloma múltiplo e outra secundária a osteomielite crônica. Acidente com veículo motorizado em 45 pacientes, queda de altura significante em 19, dois pós-explosão em local de trabalho, dois pós-queda da própria altura, e duas fraturas por projétil de arma de fogo. O membro dominante foi envolvido em 39 pacientes e em 31 o não dominante.

Com relação ao tratamento das fraturas ministrado nestes 70 pacientes foi conservador com redução incruenta e gesso ou órtese de Sarmento em 26 pacientes, e os outros 44 foram submetidos a uma ou mais formas de tratamento cirúrgico, num total de 49 procedimentos envolvendo fixação com hastes, placas – parafusos com ou sem enxertos ósseos, fixação com parafusos interfragmentários ou fixação externa linear.

A localização da pseudoartrose foi em 40 pacientes no terço médio, em 21 pacientes no terço distal e em 09 pacientes no terço proximal.

Como patologias associadas observamos 24 pacientes com infecção ativa, apresentando fístula com drenagem de secreção purulenta no sítio de pseudartrose com duração mínima de seis meses anteriores ao diagnóstico; seis pacientes apresentavam lesão do nervo radial, e um com lesão do nervo radial e mediano. Dois pacientes tinham perda óssea de oito centímetros do úmero, sendo um secundário a trauma e outro consequente a ressecção de osso infectado após prótese total de cotovelo que foi utilizada no tratamento da fratura do úmero distal.

Dos 158 pacientes, segundo a classificação de Weber, 58 (36,7%) pacientes apresentavam pseudartrose atrófica, 70 (44,3%) normotróficas e 30(19%)  hipertróficas.

Todos os 158 pacientes queixavam-se de dor, instabilidade e incapacidade funcionais para suas atividades normais.

TÉCNICA CIRÚRGICA

Na montagem básica do aparelho ,utilizamos a “técnica italiana” composta por um arco no terço proximal com três pinos de Schanz de 4,5 milímetros na borda lateral, região do músculo deltóide, com ângulo de 90 graus entre os dois primeiros pinos e um terceiro pino com 45º entre os dois primeiros, em diferentes níveis (Figura- 1).

Figura- 1: Montagem básica para o úmero.

(Cedido pelo Prof. Maurizio.A. Catagni)

No terço médio , um anel com um fio de transfixação de 1,8 mm no sentido de ântero-lateral para póstero-medial e um pino de Schanz de 4,5 milímetros lateral num ângulo de 90 graus entre eles, em diferentes níveis. No componente distal um anel 5/8 com dois fios de transfixação de 1,8 mm, um pino de Schanz de 4,5 milímetros, localizado na borda lateral e outro na borda medial do tendão do tríceps em níveis diferentes. Esta montagem básica necessitou  pequenas modificações, dependendo do tamanho dos fragmentos. Empregamos mais fios de transposição e pinos de Schanz revestidos com hidroxiapatita em ossos osteoporóticos. Em dois pacientes com perda óssea foi extendida a fixação até o antebraço para proporcionar a estabilidade necessária com um anel proximal e um distal com mínimo de dois fios de transfixação e um pino de Schanz em cada anel(8).

A inserção manual dos pinos de Schanz foi sempre precedida por trepanação com broca 3,2 milímetros.

Quatro pacientes portadores de pseudartrose do terço proximal do úmero, região do colo anatômico, foi utilizada a montagem com modelo russo, com anel proximal 5/8 e quatro fios olivados de transfixação 1,8 milímetros em níveis diferentes, devido ao tamanho do fragmento ósseo e a osteopenia.

Os conhecimentos da anatomia de transfixação são essenciais, e necessitamos de cuidados especiais em pacientes tratados com técnica cirúrgica aberta e ou infecção prévia, porque o tecido cicatricial pode alterar a anatomia original do braço, aumentando o risco de lesão de estruturas nobres ao passar os fios e pinos à estabilização (Figura- 2).

Figura-2: Portais de Segurança para introdução dos fios e pinos.

(Cedido pelo Prof. Maurizio.A. Catagni)

Nos pacientes com pseudartroses normotróficas e hipertróficas foi realizado tratamento monofocal, isto é, realizada a compressão entre os fragmentos ósseos alinhados.

Nas pseudartroses com infecção e  atróficas foi realizada técnica aberta com ressecção do osso patológico e compressão monofocal no sítio de pseudartrose. Nos pacientes com perda óssea maior que quatro centímetros foi realizada compressão aguda no sítio de pseudartrose e osteotomia na metáfise para alongamento, ou, quando a compressão aguda levou a déficit vascular, foi realizado transporte ósseo para preencher a falha óssea, técnica bifocal.

O ritmo de alongamento ou transporte foi um milímetro por dia dividido em quatro etapas.

Aceitamos encurtamentos residuais de até quatro centímetros sem significante alteração funcional em três pacientes.

No pós-operatório imediato os pacientes são encorajados a usar efetivamente o membro superior, mantendo mobilidade nas articulações do ombro e cotovelo, exceto nos casos de extensão da fixação ao antebraço. Manutenção com reaperto dos componentes do fixador mais higiene e curativos nos sítios dos pinos com gaze esterilizada foi orientada precocemente aos pacientes.

A remoção do aparelho foi baseada em critérios clínicos e radiológicos. Radiologicamente, as pontes trabeculares deverão estar presentes e a cortical óssea, bem definida. Quando isso foi observado as hastes rosqueadas do fixador conectadas na região de pseudartrose foram removidas e realizado teste clínico de estabilidade. Ausencia de movimento entre os fragmentos ósseos e dor, indicava a remoção do fixador externo.

RESULTADOS

Dos 158 pacientes avaliados, 153 (96.8%) conseguiram união óssea sem encurtamento ou deformidade que compromete a função. Nos que apresentavam infecção houve fechamento da fístula purulenta no máximo sete semanas após a colocação do fixador.

Os resultados insatisfatórios de não consolidação foram de um paciente brasileiro (no.2, Tabela 1),  irradiado 14 anos antes para tratamento de mieloma múltiplo, teve múltiplas fraturas patológicas e estas consolidaram, exceto a fratura umeral. Após seis meses de tratamento conservador foi aplicada a técnica de Ilizarov, estável, mas, a despeito de 18 meses de compressão, a pseudartrose persistiu. Faleceu da patologia de base um ano após remoção do fixador,  usando tutor de Sarmiento.

O segundo paciente (nº.25, Tabela 1), brasileiro, homem de 40 anos que sofrera fratura do colo cirúrgico do úmero três anos antes. Após tratamentos  aplicados, incluindo tipóias, órteses e gesso, evoluiu com pseudartrose atrófica. Devido à osteopenia avançada numa região anatômica, a estabilidade ficou comprometida e o tratamento falhou, após 12 meses de fixação externa (Figura-3).

Figura-3: Falha de tratamento com Ilizarov

O paciente (nº.52, Tabela 1) com pseudoartrose infectada do terço médio do úmero, inicialmente tratado com placa e parafusos pós fratura exposta grau lll-A de Gustillo. Feita retirada do material de síntese e osso necrótico de 2,0 cm mais compressão monofocal mais Ilizarov. Evolui com persistência de pseudartrose sem infeção ativa após três meses de tratamento com fixador. Por incompatibilidade com método, dor acentuada e distrofia preferiu abandonar o tratamento exigindo a retirada do fixador externo persistindo com a pseudartrose franca, porém sem infecção.

Outro paciente (nº.15, Tabela 2) apresentou pseudoartrose no úmero direito previamente tratado com placas e parafusos mais enxerto, em cinco

procedimentos sem resultado. Foi retirado todo o material de síntese e substituído por haste intramedular bloqueada, e a pseudoartrose persistiu. Retirada a haste e colocado fixador externo linear, sem consolidação. Apresentava área de esclerose óssea na região da pseudoartrose. Foi ressecado o sítio da pseudoartorse e realizado transporte monofocal e exerto ósseo com Ilizarov, sem sucesso.

O paciente nº.38 da Tabela 2 recebeu tratamento da fratura com cerclagem mai placa e parafusos. Evoluiu com pseudoartrose atrófica infectada. Removido o material e inserido fixador circular de Ilizarov, compressão monofocal sem sucesso.

TABELA 1

PSEUDARTROSE DO ÚMERO – TRATAMENTO COM TÉCNICA DE ILIZAROV

Pacientes do  Serviço de Ortopedia Prof. Matta Machado – Hospital da Baleia – FBG – Brasil.

NOSítioTratamento prévioClassificaçãoTratamentoResultado
1MedialGessoAtróficaMonofoc. FechadaBom
2ProximalIrradiação ósseaAtróficaMonofoc. FechadaRuim
3DistalPlaca metálicaAtrófica/infec.Monofocal abertaBom
4MédioGesso, placa metal. (remov.)AtróficaMonofocal abertaBom
5MédioHaste intramedularAtróficaMonofocal abertaBom
6DistalPlaca metálicaAtróficaMonofocal abertaBom
7DistalPlaca óssea/parafusosNormotróficaNonofoc. FechadaBom
8MédioGesso/órteseNormotróficaMonofoc. FechadaBom
9DistalGessoAtróficaMonofocal abertaBom
10MédioGesso/órteseNormotróficaMonofoc. fechadaBom
11MédioHaste intramedularNormotróficaMonofoc. fechadaBom
12MédioFixador externo, haste intr.AtróficaMonofocal abertaBom
13ProximalFixador externoNormotróficaMonofoc. fechadaBom
14MédioPlaca metálica (removida)Atrófica/infec.Monofocal abertaBom
15DistalPl. ós./ paraf., ges., pl. met., hasteNormotróficaMonofoc. fechadaBom
16DistalÓrteseNormotróficaMonofoc. fechadaBom
17MédioPlaca metálicaAtróficaMonofocal abertaBom
18DistalPlaca óssea/parafusosAtróficaMonofocal abertaBom
19DistalPlaca metálicaHipertróficaMonofocal abertaBom/ refratura
20MédioPlaca metálica, órteseAtróficaMonofocal abertaBom
21MédioFixador externoAtrófica/infec.Monofoc. fechadaBom
22DistalHaste intramedular (remov.)Atrófica/infec.Bifocal abertaBom
23MédioHaste intra. (remov.), órteseHipertróficaMonofoc. fechadaBom
24MédioHaste intramedularAtróficaMonofocal aberta*Bom
25ProximalÓrtese/gessoAtróficaMonofoc. fechadaRuim
26MédioGesso/órteseAtrófica/infec.Monofoc. fechadaBom
27DistalFixador externoAtróficaMonofocal abertaBom
28DistalPlaca metálicaAtróficaMonofocal abertaBom
29ProximalGessoAtróficaMonofoc. fechadaBom
30DistalPlaca metálicaAtróficaMonofocal abertaBom
31DistalPlaca metálica, fixador exter.AtróficaMonofocal abertaBom
32MédioÓrteseAtróficaMonofoc. fechadaBom/ refratura
33MédioGesso/órteseNormotróficaMonofoc. fechadaBom
34ProximalHaste, pl. metal., fix. ext., ges.AtróficaMonofoc.fechadaBom
35ProximalHaste intramedular (remov.)Atrófica/infec.Monofoc. FechadaBom
36DistalGessoNormotr./infec.Monofoc. FechadaBom/refratura
37MédioHaste intramedular (remov.)NormotróficaMonofocal fechadaBom
38ProximalÓrteseNormotróficaMonofocal fechadaBom
39MédioPlaca metálica (removida)NormotróficaMonofocal fechadaBom
40MédioGessoAtrófica/perda ósseaBifoc.fechada***Bom
41MédioPlaca metálicaHipertróficamonofoc. FechadaBom
42DistalPlaca metálica (removida)Atrófica/infec.Monofocal abertaBom
43ProximalÓrteseNormotróficaMonofoc. fechadaBom
44MédioPrótese cotovelo (removida)Atróf./infec.**   perda ósseaBifoc.aberta***Bom
45DistalPl.ós./paraf. (rem.), órtese, ges.NormotróficaMonofoc. fechadaBom
46MédioÓrteseHipertróficamonofoc. FechadaBom
47DistalPlaca metálicaNormotróficaMonofoc. fechadaBom
48ProximalPlaca (remov)Atrófica/infec.Monofocal abertaBom
49MédioÓrteseNormotróficaMonofoc. fechadaBom
50ProximalHaste (remov)NormotróficaMonofocal abertaBom
51DistalÓrteseNormotróficaMonofoc.fechadaBom
52MédioPlaca (remov)Atrófica/infec.Monofocal abertaRuim
53DistalHaste (remov)NormotróficaMonofocal abertaBom
54DistalÓrteseNormotróficaMonofoc. fechadaBom
55DistalÓrteseNormotróficaMonofoc. fechadaBom
56Médio lPlaca (remov)NormotróficaMonofoc. fechadaBom
57ProximalPlaca (remov)Atrófica/infec.Monofoc. fechadaBom
58MédioPlaca (remov)Atrófica/infec.Monofoc. fechadaBom
59MédioHaste (remov)NormotróficaMonofocal abertaBom
60DistalHaste (remov)NormotróficaMonofocal abertaBom
61MédioPlaca (remov)NormotróficaMonofocal abertaBom
62MédioHaste (remov)NormotróficaMonofocal abertaBom
63MédioPlaca (remov)Atrófica/infec.Monofocal abertaBom
64MédioÓrteseHipertróficaMonofoc. fechadaBom
65ProximalPlaca (remov)Atrófica/infec.Monofocal abertaBom
66MédioPlaca (remov)Atrófica/infec.Monofocal abertaBom
67MédioÓrteseNormotróficaMonofoc. fechadaBom
68MédioPlaca (remov)Atrófica/infec.Monofocal abertaBom
69MédioÓrteseHipertróficaMonofoc. fechadaBom
70MédioÓrteseNormotróficaMonofoc. fechadaBom

* com enxertia óssea; ** com perda de 8,0cm; *** com transporte ósseo de 8,0cm. bom: consolidação óssea, sem significante restrição da mobilidade do ombro e do cotovelo; regular: consolidação óssea, redução de 30º da ADM do ombro e do cotovelo; ruim: persistência da pseudartrose, complicação permanente causada pelo tratamento ou por infeção persistente; monofocal fechada: compressão monofocal no sítio da pseudartrose; monofocal aberta: remoção do osso doente e compressão do sítio da pseudartrose; bifocal fechada: compressão do sítio da pseudartrose com transporte ósseo metafisário após corticotomia; bifocal aberta: remoção do osso doente e compressão do sítio da pseudartrose com corticotomia para transporte ósseo metafisário.

 Figura 4: Pseudoartrose infectada aos 73 anos de idade – H. da Baleia

Figura 5: Durante o tratamento

  Figura 6: Resultado clínico e radiológico oito meses após retirada do fixador.

TABELA 2

PSEUDARTROSE DO ÚMERO – Tratamento com Técnica   ILIZAROV –  Pacientes do Ospedale  Generale   di  Lecco –  Itália. .

NúmeroDiagnósticoTratamento PrévioClassificaçãoTratamentoResultado
1PseudoartroseHasteAtróficamonofocal fechadaBom
2PseudoartroseHasteAtróficamonofocal fechadaLimitação ADM 20º
3PseudoartroseHasteAtróficamonofocal fechadaBom
4PseudoartroseHasteAtróficamonofocal fechadaBom
5PseudoartroseIrradiaçãoAtróficamonofocal fechadaBom
6PseudoartroseEnderHipertróficamonofocal fechadaBom
7PseudoartrosePlacaHipertróficamonofocal fechadaBom
8PseudoartrosePlacaHipertróficamonofocal fechadaBom
9PseudoartrosePlacaHipertróficamonofocal fechadaBom
10PseudoartrosePlacaHipertróficamonofocal fechadaBom
11PseudoartrosePlacaHipertróficamonofocal fechadaBom
12PseudoartroseRedução aberta, enxerto, fio kirschner temporárioNormotróficamonofocal abertaBom
13PseudoartroseHasteNormotróficamonofocal fechadaBom
14PseudoartroseHasteNormotróficamonofocal fechada-30º flexão
15Pseudoartrose Placa depois placa e parafuso depois hasteNormotróficamonofocal fechada Bom
16Pseudoartrose infectadaEnder, tutor e hiperbáricaNormotróficaBifocalBom
17Pseudoartrose Placa enxerto e fio kirschnerNormotróficamonofocalBom
18PseudoartroseHaste 3 vezesNormotróficamonofocal fechadaBom
19PseudoartroseHasteNormotróficamonofocal fechadaBom
20PseudoartroseHasteNormotróficamonofocal fechadaBom
21PseudoartroseHasteNormotróficamonofocal fechadaBom
22PseudoartroseHasteNormotróficamonofocal fechadaBom
23PseudoartroseFixador externo linear, placa e enxerto de bancoNormotróficaBifocalBom
24PseudoartroseFixador externo, haste, infecçãoNormotróficamonofocal abertaBom
25PseudoartroseFixador externo linear, gessoNormotróficamonofocal abertaBom
26Pseudoartrose Placa e enxerto,Normotróficamonofocal abertaBom alinhamento com hipometria de 1,5 cm
27PseudoartrosePlaca e enxertoNormotróficamonofocal abertaBom
28PseudoartroseFixador externo de HoffmannNormotróficamonofocal fechadaBom
29PseudoartrosePlacaNormotróficamonofocal fechadaBom
30PseudoartrosePlacaNormotróficamonofocal fechadaBom
31PseudoartrosePlacaNormotróficamonofocal fechadaBom
32PseudoartroseFixador externo de HoffmannNormotróficamonofocal fechadaBom
33Pseudoartrose PlacaNormotróficamonofocal fechadaBom
34PseudoartroseFratura por arma de fogoGessoNormotróficamonofocal fechadaBom
35PseudoartroseHaste depois placaNormotróficamonofocal abertaBom
36PseudoartroseGessoNormotróficamonofocal fechadaBom
37PseudoartroseGessoNormotróficamonofocal fechadaBom
38PseudoartroseCerclagem e depois placaNormotróficamonofocal abertaRuim não consolidou
39PseudoartroseHasteNormotróficamonofocal fechadaBom
40Pseudoartrose infectadaHasteNormotróficamonofocal fechadaBom
41Pseudoartrose infectadaPlaca e tutorNormotróficamonofocal fechadaBom
42PseudoartroseFixador externo instávelNormotróficamonofocal fechadaBom
43PseudoartroseFixador externo instávelNormotróficamonofocal fechadaBom
44PseudoartroseHaste, fixador externo, gesso e tutorNormotróficamonofocal fechadaBom
45PseudoartrosePlaca desviadaNormotróficamonofocal abertaBom
46PseudoartrosePlaca e parafuso 3 vezesNormotróficaBifocalBom
47PseudoartrosePlacaNormotróficamonofocal fechadaBom
48PseudoartrosePlacaNormotróficamonofocal fechadaBom
49Pseudoartrose infectadaFixador externo linear, gesso e placaNormotróficamonofocal fechadaRegular-5º extensão-15º flexão
50PseudoartroseFixador externo linearNormotróficamonofocal fechadaBom
51PseudoartroseFixador externo linearNormotróficamonofocal fechadaBom
52PseudoartroseFixador externo de Hoffmann, HasteNormotroficamonofocal fechadaBom
53PseudoartroseHasteNormotroficomonofocal fechadaBom
54Pseudoartrose infectadaHasteAtróficaBifocalBom
55PseudoartroseFixador externo linear e placaAtróficaBifocalBom
56PseudoartroseFixador externo linear, placa e parafusoAtróficaBifocalBom
57PseudoartrosePlacaAtróficamonofocal abertaBom
58PseudoartrosePlacaAtróficaMonofocal abertaBom
59PseudoartrosePlacaAtróficamonofocal abertaBom
60Pseudoartrose infectadaPlaca, tutorAtróficamonofocal abertaÓtimo
61PseudoartroseFixador externo de Hoffmann angulaçãoAtróficaCorreção progressiva da angulaçãoBom
62PseudoartroseHasteAtróficaBifocalBom
63PseudoartrosePlaca e enxertoHipertróficaBifocalBom
64PseudoartroseFixador externo linearHipertróficamonofocal fechadaBom
65PseudoartroseFixador externo linearHipertróficamonofocal fechadaBom
66PseudoartroseHasteHipertróficamonofocal fechadaBom
67PseudoartroseFio de Kirschner e gessoHipertróficamonofocal fechadaBom
68PseudoartroseHipertróficamonofocal fechadaBom
69Pseudoartrose Placa, infecção, OrthofixHipertróficamonofocal abertaRegular paralisia do radial
70PseudoartrosePlacaHipertróficamonofocal fechadaBom
71PseudoartrosePlacaHipertróficamonofocal fechadaBom
72PseudoartroseGessoHipertróficamonofocal fechadaBom
73PseudoartroseFixador externo linearHipertróficamonofocal fechadaBom
74PseudoartroseGessoHipertróficaMonofocal com correCão aguda da deformidadeBom
75PseudoartroseHasteHipertróficamonofocal fechadaBom
76PseudoartroseHasteHipertróficamonofocal fechadaBom
77PseudoartroseHasteHipertróficamonofocal fechadaBom
78PseudoartroseHasteHipertróficamonofocal fechadaBom
79PseudoartroseGesso,PlacaHipertróficamonofocal fechadaBom
80PseudoartrosePlacaHipertróficamonofocal fechadaBom
81PseudoartrosePlaca. Fixador externo linearAtróficamonofocal fechadaBom
82PseudoartroseHaste quebradaAtróficamonofocal fechadaBom
83Pseudoartrose infectada  PlacaAtróficamonofocal fechadaBom
84PseudoartroseGessoAtróficamonofocal fechadaRegular
85PseudoartrosePlacaAtróficamonofocal fechadaBom
86Pseudoartrose infectadaFixador externo linear depois placaAtróficamonofocal abertaBom
87PseudoartroseCerclagem e placaAtróficamonofocal abertaBom
88PseudoartrosePlaca e enxertoAtróficamonofocal abertaBom

 Figura 7: Pseudoartrose atrófica – Tratamentos pré ILIZAROV- Lecco

Figura 8: Cirurgia Aberta para retirada de placa e parafusos + Ilizarov

Figura 9: Função durante o tratamento

 Figura 10: Radiografia Final e Função

A duração média de fixação externa foi de 7,4 meses, mínimo de quatro e máximo de 37 meses . No grupo de pacientes com pseudartrose hipertrófica o tempo médio de fixador foi de quatro meses, nas normotróficas de seis meses e nas atróficas de nove meses.

Nenhum paciente perdeu significativamente a mobilidade do ombro ou cotovelo como conseqüência do tratamento com o fixador (Figuras 4 a 12), entretanto muitos deles já apresentavam algum grau de limitação antes da aplicação do fixador de Ilizarov, o que persistiu após sua remoção.

Figura 11 : Fixação inicial com haste e pseudartrose, aspecto radiológico e clinico com Ilizarov

Figura 12: Radiologia  e  clínica após remoção do fixador Ilizarov – Lecco

Um paciente (n40, Tabela 1) foi tratado com transportação óssea para corrigir oito cm de perda óssea do terço distal do úmero com lesão do nervo radial . Após a correção da falha óssea a função da mão foi corrigida por transferência tendinosa, com transposição do flexor ulnar do carpo para extensor radial longo do carpo, além de transposição do flexor superficial dos dedos para extensor longo dos dedos, com bom resultado funcional (Figura 13).

Figura 13 – Radiografia inicial , clinica e radiografia final – H. da Baleia

Outro paciente (n0 44, Tabela 1) foi tratado com transporte ósseo para corrigir oito cm de perda óssea. Inicialmente, teve fratura do cotovelo tratada com prótese total de cotovelo que infectou evoluindo com sequestro do terço distal do úmero. O osso patológico foi ressecado provocando falha óssea de oito centímetros do úmero distal. Ao final do tratamento o paciente apresenta-se com pseudo – articulação ao nível do cotovelo, com satisfatória função e indolor (Figuras 14 a 16).

Figura 14: Radiografias antes e após remoção da prótese do cotovelo

Figura 15: Três meses pós operatório de Ilizarov = H. da Baleia

Figura 16: Clínica e radiografia 11 anos pós retirada do fixador = Pseudarticulação

Em nenhum paciente ocorreu dano vascular ou neurológico permanente como resultado da aplicação do aparelho. Um paciente apresentou neuropraxia radial após remoção da placa e parafusos em pseudartrose infectada, recuperada após seis semanas de cirurgia. Outro paciente apresentou parestesia do radial durante transporte ósseo e foi necessária troca de um fio de transfixação do fixador com resolução do problema.

As seguintes complicações foram observadas:

  • Um paciente com paralisia persistente do nervo radial após fratura do terço distal exposta do úmero;
  • Três pacientes com paralisia transitória do nervo radial após retirada da placa e parafusos (material de síntese);
  • Um paciente com consolidação precoce do regenerado no foco da corticotomia para alongamento ósseo;
  • Em um paciente o fixador externo foi substituído devido à instabilidade emocional;
  • Um paciente apresentou retardo de consolidação, foi tratado com enxerto ósseo do osso ilíaco evoluindo com consolidação;
  • Um paciente apresentou lesão do plexo braquial no acidente inicial.

As infecções superficiais nos sítios dos pinos foram presentes em todos os pacientes, sendo tratadas com antibióticos orais e cuidados locais com resolução satisfatória.

Três pacientes experimentaram refraturas no sítio prévio de pseudartrose. Paciente (n0 19, Tabela 1) com  pseudartrose hipertrófica, teve o fixador Ilizarov removido após quatro meses de tratamento; uma semana após, refratura durante a atividade normal. Tratado com Sarmiento, consolidou em 16 semanas.

Outro paciente (n0 32, Tabela 1), com pseudartrose distal do úmero que consolidou após seis meses de Ilizarov, sofreu queda após quatro meses de remoção do aparelho, com refratura. Outro Ilizarov foi colocado, com consolidação após quatro meses.

O terceiro paciente (n0 36, Tabela 1) que teve pseudartrose infectada do terço distal do úmero, tratada por sete meses, apresentou queda banal após a remoção do aparelho, causando refratura. Novo aparelho foi colocado, com consolidação e cura da infeção após mais cinco meses.

Discussão

Na publicação da Revista Brasileira de Ortopedia – vol. 31. Nº 8 – Agosto 1996 os autores 1 e 5 publicaram trabalho com 47 pacientes tratados. Agora apresentam 158 pacientes com tempo ampliado de acompanhamento.

Para consolidação óssea, requisitos mecânicos e biológicos devem ser preenchidos. Nas fraturas de úmero a contribuição biológica para osteogênese é tal que, quando estabilizado adequadamente explica os bons resultados conseguidos com órteses funcionais no tratamento de fraturas diafisárias(1) .

A estabilidade mecânica, pode ser  promovida por órteses, placa e parafusos, hastes intramedulares, fixação externa ou placas de osso cortical fixadas com parafusos. Segundo a literatura, apenas 17% de pseudartroses de úmero tratadas com hastes intramedulares flexíveis têm promovido consolidação (2,9,10).

Falez  e  Moreschini(11)  reportaram êxito em dois casos utilizando órteses funcionais simples, em uma série muito pequena de tratamento.

Haste de Kuntscher pode apresentar falência na razão de 50%(2,12) .

Placa e parafusos, no tratamento de pseudartroses de úmero, foi apresentado com bastante êxito(2,13,14,15) , porém,  extensos períodos de desuso com avançado grau de osteopenia, presença de infecção e significante perda óssea são contra-indicações para o uso desta técnica.

Outras séries de pseudartrose  tratadas com placa e parafusos apresentam falência de fixação(7,9,14,15,16,17) e não resolução do problema variando de 7 a 10% dos casos.

A aplicação de fixadores externos para o tratamento de pseudartroses de úmero interfere positivamente no potencial biológico, promove fixação estável e mantém a mobilidade das articulações adjacentes.

O fixador desenvolvido por Ilizarov(1,6,7,8,18,19) tem vantagens sobre outros fixadores, tais como:

  • Fixação estável em ossos osteopênicos
  • Fixação modular e versátil segura de pequenos fragmentos ósseos;
  • Força concêntrica aplicada ao osso;
  • Capacidade dinâmica de compressão axial interfragmentária;
  • Manutenção da função da extremidade durante o tratamento;
  • Consolidação da pseudartrose sem procedimentos cirúrgicos abertos  ou enxerto ósseo no foco das pseudoartroses hipertróficas e normotróficas.

Brinker et al(18),Lammens et al (19) , e Ring et al (20) apresentam uma série de casos utilizando o fixador externo de Ilizarov  no tratamento de pseudoartrose infectada do úmero após  falha da fixação interna com 100% de bons resultados.

Nos pacientes com perdas ósseas e encurtamentos em que foi necessário transporte ou alongamento, o tempo de regeneração óssea e consolidação foram semelhantes aos publicados na literatura (18,20,21,22,23).

A maior complicação observada nesta série foi a refratura no sítio de pseudartrose após remoção do aparelho em três pacientes, o que demonstra baixo índice e pequena gravidade de complicação..

Consolidação óssea ocorreu quando  fragmentos infectados e atróficos  dos sítios de pseudartrose foram ressecados, promovendo contato entre superfícies ósseas com maior viabilidade biológica.

O resultado funcional do tratamento com fixador externo circular de Ilizarov pode ser considerado bom, não sendo constatado limitação funcional das articulações adjacentes após a remoção do fixador, quadro que pode ser observado nas várias técnicas cirúrgicas , mais marcantes nos casos em que ocorre complicações , principalmente as infecciosas, com aderências de tecidos moles (24).

A técnica de Ilizarov possibilita em grande percentual, consolidação em pseudartroses umerais com e sem infecção, perda óssea, deformidades angulares e rotacionais. Tem a vantagem de capacitar os pacientes a iniciar a função do membro em tratamento imediatamente e favorecer a reabilitação da extremidade enquanto o status biológico local é efetivamente estimulado pela compressão e por osteotomias coadjuvantes.

Referências

  • Sarmiento A, Kinmann PH . Functional of fractures of the shaft of the humerus. J Bone Joint Surg Am. 1977; 59: 561 – 601.
  • Bell MJ, Beauchamp CG , McMurtry RY. The result of plating humeral shaft fractures in patients with multiple injuries. J Bone Joint Surg Br. 1985; 67: 239-296.
  • D’ Aubigné Surgical treatment of long bones. J Bone Joint Surg Am.     1949;     31: 256-262.
  • Trotter DH, Dobozi W. Nonunion of humerus: open reduction, compression plating, bone grafiting and adjuntictive bone cement. Orthop Trans. 1985: 505.
  • Ilizarov GA. Transosseous osteosynthesis – Theoretical and clinical aspects of the regeneration and growth of tissue. Berlim: Springer-Verlag, 1992.
  • -Aronson J, Harrison BH, Stewart CL. The histology of distraction osteogenesis using different external fixators. Clin Orthop. 1989; 241: 106-116.
  • Catagni MA, Probe J, Guerreschi F. Humeral nonunion treated with the Ilizarov method. Bull Hosp J Dis. 1991.
  • Cattaneo R, Villa A, Catagni MA , Bell D. Lengthening of the Humerus Using the Ilizarov Technique Description of  the Method and Report of 43 Cases. Clinical Orthopaedics and Related Research. 1990; 250 : 117-
  • Rosen H: Compression treatment or long bone pseudoarthrosis. Clin Ortho., 1979; 138: 154-166.
  • Pritchett JW. Delayed nonunion of humeral shaft fractures treated by closed flexible intramedullary nailing. J Bone Joint Surg Br. 1985; 67:715-8.
  • Falez F, Moreschini O. The functional brace in the treatment of delayed union of the humerus. Ital J Orthop Traumatol. 1988; 14:113-9.
  • Patel VR, Menon DK, Pool RD, Simonis Nonunion of the humerus after failure of surgical treatment: Management using the Ilizarov Circular Fixator. J Bone Joint Surg Br. 2000; 82 B(7):977-983.
  • Mnaymneh WA, Smith-Peterson M, Aufranc OE. The treatment of nonunion of humeral fractures. J Bone Joint Surg Am.1992; 41:1548.
  • Mercadante MT, Hungria Neto JS, Teixeira AAA,  Fregoneze M, Costa K, Abagge M. Tratamento cirúrgico da Pseudartrose da diáfise do úmero. Rev Bras  1998;  33(6): .
  • Baldy dos Reis F, Hungria Neto JS, Pires RES. Pseudoartrose. Rev Bras Ortop, 2005; 40(3).
  • Leyes M, Pedro M, Munoz G, Gamelas  J, D’Angelo  F, Valenti  JR, Navarro A,  De Salis JÁ,  Adaminas A. Surgical Treatment oj Humeral Shaft Non-Union: A Multicentric Study. J Bone Joint Surg Br. 1997; 79(25):195.
  • Baixauli FJr, Sanchez-Alepuz E, Calero Non-Union of Humeral Shaft Fractures. J Bone Joint Surg Br. 1997; 79-B(25):197.
  • Day L, Trafton P. Two nonunions of the humerus. Orthop Trans. 1984; 7: 32-45.
  • Lammens J, Bauduin G, Driesen R, Moens P, Stuyck J, Smet L.D, Fabry G. Treatment of Nonunion of the Humerus Using the Ilizarov External Fixator. Clinical Orthopaedics and Related Research. 1998; 353: 223-
  • .Ring D, Jupiter JB, Satoshi T. Salvage of Contaminated Fractures of the Distal Humerus With Thin Wire External Fixation. Clinical Orthopaedics and Related Research. 1999; 359:203-
  • Brinker MR, O’Connor DP, Crouch CC, Mehlhoff TL, Bennett JB. Ilizarov Treatment of Infected Nonunions of the Distal Humerus After Failure of Internal Fixation: An Outcomes Study. J Orthop Trauma. 2007; 21(3):178-184.
  • Pullen C, Manzotti A, Catagni MA, Guerreschi F. Treatment of post-traumatic humeral diaphyseal nonunion with bone loss. J Shoulder Elbow Surg. 2003;  12(5): 436-440.
  • Lee YI, Schoeb JS, Yu J,  Christiansen BD,  Dick HM. Operative Lengthening of the Humerus Indications, Benefits, and Complications. J Pediatr Orthop.  2005; 25(5) .
  • Chylarecki C, Hirsemann K, Scheele H. Long Term Results after Surgical Therapy of Pseudoartrosis of the Diaphysis of the Humerus. J Bone Joint Surg Br. 2001; 83-B:256.